.
.
Ellas siguen dietas muy estrictas


Paris Hilton, Beyoncé, Madonna y Carmen Lomana: todas ellas padecen ortorexia


Este trastorno obsesivo, que lleva al extremo la idea de alimentación sana, lo sufren algunos famosos que siguen la dieta macrobiótica, la del jarabe de arce o la del grupo sanguíneo

En las revistas, programas del corazón, páginas web de «celebrities»... en todos estos sitios se hablan de las dietas de los famosos. Además de sus prendas, peinados y maquillaje, se analizan sus kilos de más y de menos y es por esto, que muchas de las estrellas de Hollywood están tan muy pendientes de su figura.

Tanto es así, que algunas de ellas incluso pueden llegar a padecer ortorexia, que consiste en «un control exhaustivo y cada vez más estricto de los componentes de los alimentos», según explica el nutricionista y naturópata del Instituto Médico de la Obesidad (IMEO), Rubén Bravo.

La Organización Mundial de la Salud (OMS) indica que la ortorexia afecta en la actualidad al 28% de la población de los países occidentales y, según Bravo, su prevalencia «podría ir en aumento» en los próximos años, ya que la sociedad actual «tiende a los extremos» y las personas o se cuidan en exceso o no se cuidan «nada y tienden a la autodestrucción con la comida como ocurre con la obesidad».

La ortorexia normalmente, conduce al «aislamiento social», ya que el individuo «se agobia» si por ejemplo tiene que asistir a una comida entre amigos o una comida empresarial. Además, muchos de estos pacientes presentan déficit en su masa corporal, hipotensión y problemas cardiovasculares serios al descartar alimentos necesarios para el desarrollo del cuerpo humano.

Sanas aunque «les cueste» la salud
Una de las últimas famosas en salir a la palestra por su nueva dieta ha sido Paris Hilton, quien ha pasado de «barbie esbelta» a muñeca culturista. La rubia millonaria ingiere 3.500 calorías diarias, 1.500 más de las que debería consumir una mujer de su edad y realiza una intensa rutina de entrenamiento físico.

Al parecer, ha sido su novio norteamericano Cy Waits, culturista aficionado, quien habría influido en el cambio de alimentación de Paris, quien en la Semana de la Moda de Sao Paolo se mostró más rellenita que de costumbre.

Madonna, Carmen Lomana (quien paradójicamente anuncia hamburguesas), Julia Roberts, Gwyneth Paltrow, Elsa Pataky, Paul McCartney y Alejandro Sanz, entre otros, siguen la dieta macrobiótica.

Se trata de eliminar de la alimentación diaria productos como el azúcar blanco, el pan blanco, los embutidos, la carne, los dulces industriales, las bebidas alcohólicas y los refrescos.

La dieta del sirope de arce la siguen Beyoncé y Naomi Campbell, quienes consumen un refresco a base de agua mineral, jarabe de savia de arce, canela, zumo de limón y cayena, durante varios días en los que el resto de los alimentos están prohibidos.

Pero la palma se la lleva la dieta del grupo sanguíneo de la cantante Cheryl Cole que consiste en reconocer los alimentos que el organismo digiere mejor e idear un programa descartando el resto de nutrientes.

http://www.abc.es/
27.02.2011
Um olhar sobre a Europa


Eu tenho um sonho

Vamos lá romper o impasse da dicotomia entre liberais anémicos e extremistas inflamados, para fazer a Europa avançar, defende o filósofo esloveno

Slavoj Žižek


Quando, há uma década, a Eslovénia estava prestes a juntar-se à União Europeia, um dos nossos eurocéticos lançou uma réplica sarcástica de uma piada dos irmãos de Marx sobre advogados: Nós, eslovenos, temos problemas? Juntemo-nos à UE! Teremos ainda mais problemas, mas teremos a UE para tomar conta deles! É assim que muitos eslovenos encaram hoje a UE: tem algumas vantagens, mas traz também novos problemas (regulamentos e multas, exigências financeiras para ajudar a Grécia, etc.). Vale então a pena defender a UE? A questão põe-se, naturalmente, em saber que UE.

Há um século, Gilbert Keith Chesterton expôs com clareza o fundamental do impasse dos críticos da religião: "Os homens que começam a lutar contra a igreja em nome da liberdade e da humanidade acabam por mandar a liberdade e a humanidade às urtigas, se só eles lutarem contra a igreja… Os secularistas não destruíram coisas divinas; mas destruíram coisas temporais, se isso lhes serve de consolo”.

O mesmo se aplica aos próprios advogados da religião. Quantos defensores fanáticos da religião começaram por atacar a cultura temporal e acabaram à procura de uma qualquer experiência religiosa significativa?

Do mesmo modo, muitos aguerridos liberais estão tão ansiosos por combater o fundamentalismo antidemocrático que acabam por mandar às urtigas a liberdade e a democracia. Se os "terroristas" estão dispostos a destruir este mundo pelo amor a outro mundo, os nossos combatentes do terror estão dispostos a destruir o seu próprio mundo democrático pelo ódio ao dos muçulmanos. Alguns prezam tanto a dignidade humana que estão até dispostos a legalizar a tortura – o expoente máximo da degradação da dignidade humana – para a defender.

Os zelotas estão dispostos a abandonar o seu legado

E não se aplica o mesmo raciocínio ao recente surto de defensores da Europa contra a ameaça da imigração? No seu zelo de proteger o legado judaico-cristão, os novos zelotas estão dispostos a abandonar o verdadeiro cerne do legado cristão: que cada indivíduo tenha acesso imediato à universalidade do Espírito Santo (ou seja, no caso, aos Direitos Humanos e às liberdades); que cada um possa participar nessa dimensão universal diretamente, independentemente do seu lugar específico na ordem social global.

As palavras “escandalosas” de Cristo, segundo Lucas, apontam no sentido de uma universalidade que ignore qualquer hierarquia social: " Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. (14: 26)

As relações familiares representam aqui qualquer das ligações sociais étnicas ou hierárquicas específicas que determinam o nosso lugar na ordem global. O "ódio" ordenado por Cristo não é, pois, o oposto do amor cristão, mas a sua expressão direta: é o próprio amor que nos ordena a "desligar" da comunidade orgânica em que nascemos, ou, como disse S. Paulo, para um cristão, não há nem homens nem mulheres, nem judeus nem gregos. Não admira que, para aqueles que se identificam inteiramente com um determinado modo de vida, a imagem de Cristo seja encarada como ridícula ou traumática.

Mas o impasse da Europa vai muito mais fundo. O verdadeiro problema é que os críticos da vaga anti-imigrantes, que pretendem defender esse núcleo precioso do legado europeu, acabam tendencialmente por se limitar ao ritual infinito de confissão dos pecados da própria Europa, aceitando humildemente as limitações do legado europeu e celebrando a riqueza de outras culturas.

Multiculturalismo abstrato contribui para este estado de coisas?

As famosas palavras de William Butler Yeats em “Second Coming” aplicam-se perfeitamente às circunstâncias atuais: "Os melhores perderam toda a convicção, enquanto os piores estão cheios de apaixonada intensidade”. É uma excelente descrição da atual separação entre liberais anémicos e extremistas inflamados, entre muçulmanos e os nossos cristãos. "Os melhores" já não estão inteiramente capazes de se empenhar, enquanto “os piores" se empenham no fanatismo racista, religioso e sexista. Como ultrapassar este impasse?

Um recente debate na Alemanha pode apontar o caminho. Em outubro passado, a chanceler Angela Merkel declarou, numa reunião com novos membros da sua conservadora União Democrata Cristã: "Esta abordagem multicultural, que diz que vivemos simplesmente lado a lado e somos felizes uns com os outros, falhou. Falhou totalmente”. Com isto, fazia-se eco do debate de há um par de anos sobre Leitkultur (a cultura dominante), em que os conservadores insistiam que cada Estado se baseia num espaço cultural predominante, que deve ser respeitado pelos membros de outras culturas habitando no mesmo espaço.

Em vez de lamentar a Europa racista que tem vindo a emergir e que este tipo de afirmações confirma, devíamos ser mais autocríticos e perguntar a que ponto o nosso multiculturalismo abstrato contribuiu para este triste estado de coisas. Se as várias partes envolvidas não partilharem ou respeitarem o mesmo civismo, então o multiculturalismo transforma-se em ignorância mútua legalmente regulada ou em ódio. O conflito sobre o multiculturalismo tem hoje a ver com a cultura dominante: não é um conflito entre culturas, mas entre visões diferentes de como as diferentes culturas podem e devem coexistir, e sobre as regras e as práticas que essas culturas têm de partilhar para poderem coexistir.

Demasiado toleranto, ou não o suficiente?

Devíamos evitar ser apanhados no jogo liberal de "quanta tolerância estamos dispostos a empenhar": devemos tolerar que impeçam os filhos de ir às escolas públicas? Que forcem as mulheres a vestir-se de determinada maneira? Que arranjem casamentos e agridam homossexuais? A este nível, naturalmente, ou nunca somos suficientemente tolerantes ou somos demasiado tolerantes, passando por cima dos direitos das mulheres, dos homossexuais, etc.

A única maneira de resolver o impasse é propor e lutar por um projeto universal positivo, partilhado por todos os interessados. São muitas as batalhas sobre "não há homens nem mulheres, judeus ou gregos", da ecologia à economia.

Há alguns meses, aconteceu um pequeno milagre na Cisjordânia ocupada: às mulheres palestinianas que se estavam a manifestar junto ao Muro juntou-se um grupo de lésbicas judias de Israel. A desconfiança mútua inicial foi dissipada na primeira confrontação com os soldados israelitas que guardavam o Muro, e gerou-se uma solidariedade sublime, com uma mulher palestiniana vestida tradicionalmente a abraçar uma lésbica judia de cabelo vermelho espetado – um símbolo vivo do que deve ser o nosso esforço.

Assim, talvez o eurocético esloveno tenha ficado um pouco aquém, com a sua ironia à irmãos Marx. Em vez de perder tempo com a análise dos custos e benefícios da participação da nossa sociedade na UE, devíamos focar-nos naquilo que a UE representa efetivamente. Ela atua, sobretudo, como um regulador do desenvolvimento capitalista global; por vezes, esgrime com a defesa conservadora da sua tradição. Ambos os percursos conduzem ao esquecimento, à marginalização da Europa. A única maneira de sair deste debilitante impasse é a Europa reanimar o seu legado de emancipação radical e universal. A tarefa é ultrapassar a mera tolerância do outro e passar para uma cultura dominante positiva e emancipadora, capaz de promover uma autêntica coexistência. Não basta respeitar o outro: entreguemo-nos a um esforço comum, pois os nossos problemas são, hoje, comuns.

http://www.presseurope/
The Guardian
Battaglia per la successione
al Dalai Lama


Pechino vara una legge:
"Deve nascere in Cina"


Il regime comunista sfodera per la prima volta l'arma del diritto nella controversia sull'erede del premio Nobel per la pace. Un modo per impedire che possa essere scelta una "reincarnazione" nata e residente all'estero, magari in India

GIAMPAOLO VISETTI


PECHINO - Il Dalai Lama afferma di essere prossimo alla "pensione" e tra Pechino e Dharamsala, sede del governo tibetano in esilio, è braccio di ferro per la successione. Da anni la Cina tenta di assumere il potere di nominare l'erede dell'attuale guida spirituale dei buddisti, completando così la conquista politica e culturale del Tibet. E' una guerra che coinvolge anche l'Occidente, Stati Uniti in testa, combattuta a colpi di sequestri di persona, designazioni unilaterali e promozione di monaci lamaisti a leader del partito comunista. Ma ora, a poche settimane dall'annunciato ritiro di Tenzin Gyatso, 75 anni, XIV Dalai Lama e premio Nobel per la pace, Pechino sfodera per la prima volta l'arma del diritto. L'amministrazione statale per gli affari religiosi, una sorta di ministero che controlla la gestione delle diverse confessioni, ha annunciato il varo di una legge che fissa i criteri per una "legittima reincarnazione di Buddha".


Secondo Pechino il successore del Dalai Lama non potrà reincarnarsi in un territorio diverso da quello cinese. Le autorità comuniste, storicamente atee, stabiliscono cioè che d'ora in poi la guida spirituale dei buddisti non potrà che nascere in Cina, ossia sotto il controllo dei funzionari dello Stato. L'attuale Dalai Lama, nelle scorse settimane, aveva confermato invece che il suo successore non si sarebbe più reincarnato in Tibet, territorio cinese dopo l'invasione del 1959, fino a quando la regione e le altre storicamente tibetane saranno sotto il dominio di Pechino.


Se il Dalai Lama aveva sbarrato la strada all'ascesa al potere del'attuale Panchem Lama, scelto e protetto dai funzionari comunisti, la Cina blocca ora per legge l'opportunità che alla morte del Dalai Lama, o dopo un'inedita abdicazione, la sua reincarnazione possa avere luogo in un bambino nato e residente all'estero, magari in India, senza il via libera delle autorità cinesi.

Ugyen Thinley Dorgje
La "guerra della reincarnazione" buddista è sempre stata delicata. Per secoli i baby-pretendenti al trono del Potala, a Lhasa, hanno corso il pericolo di essere assassinati dai clan dei rivali e in molti casi ciò è avvenuto. Nel 1995, dopo che il Dalai Lama aveva individuato in un bambino tibetano la reincarnazione dell'undicesimo Panchem Lama, ossia del numero due della gerarchia lamaista, il prescelto è misteriosamente scomparso e Pechino ha insediato un proprio candidato al suo posto. Anche l'attuale Karmapa Lama, fuggito rocambolescamente dalla Cina nel 2000 e rifugiato a Dharamsala, pur essendo nato e cresciuto in Tibet conta almeno due contendenti all'eredità di Tenzin Gyatso. L'India, per scongiurare il rischio di scontri tra gruppi di esuli tibetani, impedisce che i pretendenti alla successione del Dalai Lama possano raggiungere il monastero dove è custodito un copricapo nero, simbolo dell'autorità lamaista.

La lotta per la guida spirituale dei buddisti non si limita alla "cinesizzazione per legge" della reincarnazione del Dalai Lama, pretesa da Pechino. Uno scandalo finanziario, che vedrebbe coinvolti i servizi segreti cinesi, scuote da giorni i tibetani in esilio in India. Una montagna di denaro contante, poco meno di due milioni di dollari, è stata trovata dalla polizia indiana nella stanza del Karmapa Lama, poco fuori Dharamsala. Gli agenti sono arrivati al braccio destro di Tenzin Gyatso dopo aver rinvenuto "casualmente" in un'auto una borsa con duecentomila dollari in valuta indiana. Tra i soldi custoditi dal Karmapa Lama ci sarebbero stati anche centomila dollari in yuan, la divisa cinese. Sono così tornate ad esplodere, nonostante le smentite di Pechino, le voci secondo cui il Karmapa Lama è in realtà una spia inviata a Dharamsala dai cinesi. Secondo il Dalai Lama, che difende il suo vice, il denaro è frutto invece delle donazioni dei fedeli, molti dei quali inviano offerte dal Tibet e da altre regioni della Cina.

Tra leggi sulla reincarnazione e spy story, la successione per la leadership buddista si infiamma. L'unica cosa certa è che quando finirà il regno del XIV Dalai Lama, il passaggio di consegne non sarà indolore.
http://www.repubblica.it/
26.02.2011
LIBROS / Ensayo, Poesía y Narrativa Memorias

No ser nadie

Luis Muñoz

Foto – Belgrado, 23/7/41 - AP

Memorias. Aunque Charles Simic diga, justo al comienzo de estas memorias, que el relato de su vida no tiene nada de particular, por sus páginas desfilan episodios estremecedores como los bombardeos alemanes y aliados sobre Belgrado durante la Segunda Guerra Mundial y la huida a pie junto a su madre y su hermano para pasar a Austria. Los narra con una naturalidad sabrosa y ligera, y dosis de humor, repartidas en cada capítulo, y una centelleante ternura alérgica a los excesos sentimentales. Su esfuerzo por no caer en la autocompasión, aun con la conciencia de haber resultado víctima de dos fanatismos equivalentes por su crueldad, el nazi y el comunista, que se ensañaron con los que llama "personajes de poca monta", entre los que se incluye, hace aflorar en Una mosca en la sopa la dignidad, la autonomía y el colorido de la vida, con, contra y a pesar de la Historia con mayúsculas.

Simic (Belgrado, 1938) está considerado en Estados Unidos, país en el que vive desde 1954, norteamericano. Es allí donde nació a la poesía y donde ha desarrollado su obra. También porque su tradición poética es fundamentalmente norteamericana, aunque con influencia decisiva de autores de otras tradiciones como los surrealistas franceses, los poetas latinoamericanos de la primera mitad del siglo XX y algunos escritores de la antigua Yugoslavia, como el serbio Vasko Popa, de quien ha traducido al inglés alguno de sus libros.

Ha publicado más de veinte volúmenes de poemas, cinco de ensayo, numerosas traducciones, alguna obra para niños, y es un inquieto agitador de la poesía en lengua inglesa. Fue editor de poesía de The Paris Review y ha emprendido proyectos divulgativos como la edición de 1992 de la antología anual The Best American Poetry o la selección New British Poetry, preparada junto al poeta británico Don Paterson, en cuyo prólogo contradice a quienes se lamentan del estado de la poesía actual y creen que los grandes poetas son cosa del pasado. Pasen y vean, viene a decir, y comprobarán cómo hoy se siguen escribiendo poemas memorables.

En España han aparecido traducciones de su obra de Mario Campaña (El mundo no se acaba y otros poemas, DVD), Jordi Doce (Desmontando el silencio, Las cuatro estaciones) y Martín López-Vega (La voz a las tres de la madrugada, DVD), que han conformado una aproximación fidedigna a su relampagueante mundo poético.

Su poesía establece relaciones directas entre las cosas y lo que podríamos llamar su representación imaginativa. Los poemas son recuerdos construidos con materiales de la imaginación, ideas confeccionadas con retales de recuerdos o estados de conciencia ilustrados con imágenes.

Pero son, sobre todo, el laboratorio en el que cristalizan algunas certezas y en el que las sensaciones y las experiencias de la fantasía se convierten en formas primordiales de conocimiento. Su acercamiento a la realidad es abierto, expectante, poroso, el de alguien que, como Simic escribe a propósito de una serie de poetas de su preferencia, no ha decidido aún qué es la realidad.

El primer acierto de Una mosca reside en su tono. Los avatares familiares, la distante relación entre los padres, los juegos a la guerra en plena guerra, los intentos de escapar del país, el paso por distintas cárceles, las largas colas en París para obtener un permiso de residencia, la aventura americana, la recuperación de la figura del padre, los ejemplos de relación directa entre la alegría y una buena comida, el descubrimiento del amor, el jazz, el cine y la poesía, están contados como una charla tranquila con lectores en una sala pequeña. Parece echar a rodar a su memoria y a sus pensamientos delante de nosotros y la voz que escuchamos es la de un confidente brillante y sereno que elige, gracias a la perspectiva de los años vividos, con qué se queda.

Si ponemos frente a frente Una mosca y sus poemas, la operación resulta fascinante: encontramos observaciones, imágenes, fraseos, misterios comunes y, en unas pocas ocasiones excepcionales, dos versiones de los hechos, que darían para un enjundioso estudio sobre las fronteras entre los géneros literarios. Pero lo que sobresale es el poder de propulsión vital y la coherencia de un mundo poético que no ha dejado de explorar en los estímulos secretos, en la energía palpitante de lo que le rodea.


Una mosca en la sopa
Charles Simic
Traducción de Jaime Blasco
Vaso Roto Ediciones. Madrid, 2010
242 páginas. 22 euros
http://www.elpais.es/
26.02.2011
O poder da concentração


Meditação aumenta a tolerância à dor e reduz efeitos do envelhecimento, diz estudo


Por Filipe de Paiva 


A técnica veio do oriente mas, por aqui como ao redor do mundo, o número de adeptos só cresce. A meditação é usada para lidar com o estresse e aliviar dores, ora para promover o relaxamento ou controlar a pressão arterial. As razões são muitas e a elas, uma pesquisa na Montreal University, no Canadá, acaba de associar mais dois bons motivos que podem fazer muito mais gente aderir ao comportamento zen: meditadores tornam-se menos menos sensíveis à dor e sofrem menos as consequências do envelhecimento.

Segundo os pesquisadores, a meditação altera fisicamente regiões do cérebro ligadas às sensações de dor e relaxamento. O efeito é progressivo. Meditadores de longo prazo colhem mais frutos, ou seja, ficando cada vez mais resistentes e menos  ansiosos.

A neurociência tem buscado descobrir as mudanças que o cérebro pode sofrer com a prática da meditação, se baseando em um conceito chamado Neuroplasticidade, que é a ideia de que aquilo que prende o foco e a atenção de uma pessoa pode reformar o cérebro de modos significativos.


Uma das pesquisas neste campo, realizada na Emory University, nos EUA, sugere que a prática regular da meditação tem efeitos neuroprotetores e reduz o declínio cognitivo que é resultante do processo natural do envelhecimento. Portanto, a meditação pode ajudar a melhorar funções motoras e até habilidades de aprendizado.

Um cientista da Montreal University, Joshua Grant, fez estudo com a intenção de investigar a percepção de dor e os efeitos analgésicos em potencial causados por estados da mente em meditadores Zen experientes.

A meditação Zen consiste em manter o foco no “aqui e agora prestar atenção na respiração, nos pensamentos, sentimentos e sensações que estão no ar no momento, e analisá julgamentos.

No estudo, meditadores Zen experientes (com mais de mil horas de meditação) e voluntários sem prática, ajustados por sexo e receberam individualmente estímulos termais para gerar dor moderada na panturrilha. Os meditadores experientes precisaram de temperaturas mais altas (49,9°C) para sentir dor e voluntários (48,2°C). Grant e sua equipe concluíram que meditadores Zen são menos propensos à dor e experienciam efeitos analgésicos quando a mente está em estado perceptivo. A tolerância mais alta se deve ao fato de eles terem uma camada mais grossa do córtex cingulado, região do cérebro envolvida no processamento da dor. A atividade cerebral acrescida e sustentada pode ser responsável pelo engrossamento da camada, como se fosse um músculo se tonificando com físicos. Quem diz que o pensamento é o esporte do cérebro sabe exatamente do que está falando.

O envelhecimento causa uma queda natural na grossura do córtex, mas a meditação pode preservar o cérebro e até o restaura se você não tem mais de mil horas de meditação, não se preocupe. O pesquisador psicológico Fadel Zeidan, da University of North Carolina at Charlotte, descobriu que a meditação também traz benefícios a curto prazo. Uma única hora de meditação dividida em três dias (20 minutos por dia) pode, também, produzir efeito analgésico.

O processo fez uso de estimulação elétrica para causar dor antes e depois da meditação. A sensibilidade à dor diminuiu com o treinamento do foco no “aqui e agora”. Relacionando os efeitos da meditação à distração matemática – posteriormente inserida estudo – os cientistas descobriram efeitos analgésicos significantes geados pela meditação e pela distração matemática. Dê ouvidos a quem diz que a mente domina o corpo.

Colaboração – Ieda Estergilda

18.02.2011
Se duplicaron las alergias a la comida en una década

Los alimentos más procesados, una posible causa
.
Por Fernando Soriano

Es una enfermedad moderna e incómoda que afecta cada vez a más personas. La detección de alergias a determinados alimentos en pacientes adultos y, sobre todo en los chicos, se duplicó en los últimos diez años. Los datos son a nivel mundial, y si bien no hay cifras oficiales en la Argentina, los médicos coinciden en que también se viene dando ese mismo incremento en los consultorios. “Los últimos estudios internacionales señalan que se duplicaron los casos en la última década. Ese cálculo global es extrapolable. En nuestro servicio tenemos una tasa de consultas en aumento muy importante en los últimos años”, detalla a Clarín Gustavo Marino, jefe de Alergología e Inmunología Clínica del Hospital Universitario Austral.
.
A nivel global las alergias alimentarias ya afectan a un 8% de la población, cuando hace una década la prevalencia era del 4%. Además, según la Asociación Americana de Alergias, Asma e Inmunología, Estados Unidos pasó de un registro de 21 mil casos de reacciones alérgicas por ingesta de alimentos en 1998, a 51 mil en 2008. “La tasa de consultas acá es similar a la de un servicio de afuera, así que consideramos la misma prevalencia”, aclara Marino.
.
Este incremento local hace que, de a poco, las alergias alimentarias empiecen a ser más consideradas en el país. El gobierno nacional acaba de incorporar al Código Alimentario Argentino la obligación de declarar en los alimentos a la venta las sustancias capaces de producir reacciones adversas en personas susceptibles. La información deberá estar en colores diferentes a continuación de la lista de ingredientes y las empresas tienen 180 días para sumar esos datos en los paquetes.
.
Los alimentos que en Argentina causan reacciones alérgicas son muchos: de la soja –el más impactante– a la leche vacuna y al maní, del trigo a los mariscos. ¿Pero cuál es el motivo de que los casos aumenten? Si bien no hay certezas, los médicos tienen algunas hipótesis.

"La industrialización y la manipulación de los alimentos han tenido que ver. Hay un mayor conocimiento del tema. Y también se debe a los cambios en los hábitos de la alimentación, usando alimentos que no estaban en el país y que modifican la conducta del organismo”, entiende Gabriela Marín, jefa de Alergias del Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez.

“No se sabe por qué crecen estas alergias. Una hipótesis es que el alérgico se hace sensible con las cosas con las que toma más contacto. Con la industrialización de alimentos nos dan proteínas en más cantidad en los mismos alimentos, y el cuerpo las reconoce como extrañas”, dice Marino.
.
Las manifestaciones más frecuentes en una reacción alérgica alimentaria son de predominio gastrointestinal (cólicos, diarrea, constipación, reflujo) y dermatológico (urticaria y eccema); sin embargo se observa que también es importante el impacto sobre las vías aéreas superiores e inferiores en forma de rinitis y asma. “Un cuadro que no es menor es la anafilaxia , que es la suma de todo eso. El paciente comió, se empieza a brotar, le pican las manos, los pies, sigue con un ahogo, se congestiona, siente dolores crónicos y si no tiene la medicación adecuada puede morir”, ejemplifica Marino.
.
A nivel global y local, los chicos siempre resultan los más afectados. “Es más probable en la infancia porque las tripas están permeables”, sintetiza Marín, quien, sin embargo, aclara que hay una buena noticia: en los pacientes menores se puede combatir y vencer: “ Se puede trabajar con los chicos para que paulatinamente vayan incorporando el alimento y generen una tolerancia que, en el caso de los adultos, ya se hace imposible”.
www.clarin.com/
18.02.2011
LIVRO

Procura-se: remédio contra a velhice

Por séculos, a busca pelo elixir da juventude foi especialidade de curandeiros e charlatões - hoje, atrai cientistas de verdade e gigantes da indústria farmacêutica


Em 1923, aos 67 anos e já pai de três filhos, três filhas e da psicanálise, Sigmund Freud decidiu fazer uma vasectomia. A técnica de esterilização havia sido desenvolvida cerca de duas décadas antes - mas, para Freud, esse era apenas um dos atrativos da operação. Como centenas de homens de seu tempo, o austríaco foi atraído pela promessa de que a vasectomia teria, na verdade, poderes rejuvenescedores.

Alguns anos depois, o poeta irlandês William Butler Yeats seguiu caminho semelhante e ficou maravilhado com os resultados. A cirurgia, escreveu, "praticamente fez de mim um novo homem. Não me sinto mais no fim da vida". Yeats morreria cinco anos depois, aos 73.

A onda de vasectomias no século passado foi mais um capítulo da longa e fracassada história da busca pelo elixir da juventude. O implante de testículos de macacos em europeus aflitos foi outro ponto baixo dessa história. Por volta de 1930, a demanda chegou a um nível tão grande que foi preciso construir uma fazenda de macacos para garantir o fornecimento do material "mágico". Episódios como esse deixaram uma marca profunda - por séculos, a procura por formas de combater o envelhecimento foi desdenhada como uma pseudociência. Coisa de charlatões.

Felizmente, essa má fama está, aos poucos, sendo desfeita. Na última década, cientistas de instituições como a Universidade Harvard obtiveram avanços monumentais na pesquisa de substâncias que podem aumentar a longevidade de seres humanos - e, mais do que isso, fazê-lo sem que os últimos anos de vida sejam um tormento marcado por doenças crônicas e internações hospitalares. É o que mostra o jornalista americano David Stipp no recém-lançado The Youth Pill ("A pílula da juventude", sem previsão de lançamento no Brasil).

Descobertas recentes, escreve Stipp, fizeram com que um nicho antes desprezado entrasse na mira de grandes empresas farmacêuticas e investidores. Em 2008, a gigante britânica GlaxoSmithKline comprou o laboratório de biotecnologia americano Sirtris por 720 milhões de dólares. Os cientistas por trás do Sirtris haviam sido responsáveis pela conclusão de que o resveratrol, substância encontrada no vinho tinto, alonga a vida de ratos. A chegada de "pílulas da juventude" às farmácias, antes tida como sonho distante, é hoje viável.

Quando um entrevistador perguntou à atriz francesa Catherine Deneuve como ela havia conseguido passar dos 60 anos com, digamos, tudo em cima, a resposta foi: "Se você quer uma explicação, vá conhecer a minha mãe. Tem 98 anos. É genético". Claro, botox, cirurgias plásticas e outras maneiras de amenizar os efeitos da idade ajudam - mas ela, no fundo, tem razão.

Estudos feitos com pessoas centenárias mostram que há, nesse grupo, de tudo um pouco. Aquele que come bacon no café da manhã todos os dias; outro que nunca se exercitou em 100 anos; a centenária que devorava um pacote de biscoito recheado de uma só vez; aqueles que haviam fumado por décadas. Ou seja, quem nasceu com o DNA certo pode chegar aos 100 mesmo sem ter feito sacrifício algum em seu estilo de vida. Já o resto da humanidade pode até se exercitar, entupir-se de salmão com salada, manter-se intelectualmente ativo: mesmo assim, será muito difícil para os não escolhidos chegar aos 100 anos. Parece cruel, mas, para os cientistas, essa foi uma descoberta revolucionária. Eis, escreve Stipp, o atalho para criar a pílula da juventude: encontrar os genes que fazem a diferença.

http://www.exame.com/
18.02.2011
Ilustração - ANA JUAN
"Saber Envelhecer"

Danielle Dittmers

Com a maior expectativa de vida da população, o novo desafio da atualidade é saber envelhecer, é chegar à velhice com qualidade de vida. A ciência conseguiu ampliar os anos de vida, que são acompanhados de uma melhora significativa de saúde, agora a preocupação da Saúde Pública é ajudar a agregar um modo de vida mais satisfatório aos anos adicionais. Os desafios são manter a independência, uma vida ativa com alegria, a prevenção de doenças e a preservação das capacidades funcionais.

Seguindo essa tendência vemos muitos programas de televisão exibindo matérias sobre como alcançar a longevidade e viver com saúde. É um processo importante que precisa ser pensado e planejado com antecedência. Uma pessoa que se aposente com 60 anos ainda poderá viver bem uns 20, 30 anos, é um tempo considerável, que também requer um projeto de vida.

É necessário que a visão que se tem ainda hoje sobre o envelhecimento mude, pois é um período de vida que se torna cada vez maior. A sociedade consiga investir mais nessa fase por meio de políticas públicas, serviços, pesquisas, áreas de lazer e convivência, criar mais condições pra que a velhice possa acontecer de maneira mais saudável. É fundamental que se consiga incorporá-los em nossa sociedade, fazendo com que participem mais e se sintam úteis.

A sociedade precisa mudar seus conceitos sobre a velhice, a valorização apenas do que é novo, como modelo de beleza, segrega o idoso. Para a indústria farmacêutica e de cosméticos é essencial que as pessoas queiram ficar cada vez mais jovens, utilizar rocedimentos clínicos, fazer plástica. Será que é tão difícil envelhecer? Só o novo é belo?

Essa pressão constante dificulta o movimento de passar por essa fase e de aceitar as perdas e as mudanças no corpo e no rosto e muitas vezes na saúde. A inaceitação dessa fase e de suas conseqüências assim como o sentimento de menos valia leva a muitas pessoas a se sentirem deprimidas. A depressão acomete grande parte dos idosos.

Dessa forma, independente do movimento social, as mudanças precisam ser em primeiro lugar no âmbito individual e familiar. O investimento agora é em si mesmo, em se cuidar, manter a identidade, a esperança, a alegria de viver, fazer as coisas que gosta. Saber lidar com as frustrações, sem se render a elas. Manter a autonomia e a independência frente às tarefas da vida diária, prestar atenção nas notícias, nas novidades em relação ao Brasil e ao mundo. Tentar realizar sonhos antigos, alimentar novos sonhos, conviver com os amigos, com os familiares.

Tanto a família quanto a própria pessoa precisam estar atentas, na existência de dificuldades nessa fase, não hesitar em buscar ajuda, pois ainda há tempo de fazer diferente e mudar, se preciso.


*É proibida a reprodução do texto publicado nesta página, no todo ou em parte, sem autorização escrita da autora, sujeito às penalidades previstas na Lei 9.610/98 de direitos autorais.
palavraescuta@palavraescuta.com.br

18.02.2011
Libro
 Marilyn como cadáver exquisito

Por las manos de Thomas T. Noguchi, un forense de Los Ángeles, pasaron los cuerpos de Robert Kennedy, Sharon Tate, William Holden, Natalie Wood y el de la rubia inmortal. Y él cuenta en un libro sus secretos 

Fotografía inédita del cadáver de Marilyn Monroe en el dormitorio de su casa. Un policía, probablemente el sargento Jack Clemmons, señala las pastillas que provocaron la muerte de la actriz.- LOS ANGELES PUBLIC LIBRARY, NICK BOUGAS, JAMES MASON. Cedida por la editorial GLOBAL RHYTHM PRESS




Lee un fragmento de 'Cadáveres exquisitos', de Thomas T. Noguchi

Encontraron a la famosa actriz tendida sin ropa sobre la cama. En una imagen conmovedora que se transmitió como un rayo por todo el mundo, yacía muerta con un brazo extendido y la mano en el teléfono. El sargento Jack Clemmons, inspector de guardia en la comisaría de Los Ángeles Oeste, registró una llamada del doctor Greenson informando sobre la muerte de Monroe a las 4.25 de la mañana del domingo. "¿Marilyn Monroe?", se preguntó. Debía de ser una broma. En lugar de dar aviso a una patrulla, como hubiera hecho normalmente, fue en persona a comprobar la veracidad de la llamada. Clemmons comenzó a sospechar de inmediato sobre las circunstancias de aquella muerte. Para empezar, había algo que no cuadraba con el tiempo: la señora Murray (la enfermera-asistenta que cuidaba de Monroe) comentó que habían encontrado el cuerpo poco después de la medianoche y, sin embargo, la policía no fue avisada hasta las 4.25. ¿Qué sucedió mientras tanto? El doctor Greenson declaró que había telefoneado a los estudios y a colaboradores de Monroe, pero el sargento no se creyó que esas llamadas le hubieran podido ocupar cuatro horas. ¿Alguien se había encargado de destruir las pruebas de un delito?

Esa misma mañana fui a la oficina forense para iniciar mi jornada laboral. En mi condición de ayudante me tocaba trabajar todos los domingos y a veces los siete días de la semana, pues andábamos cortos de personal y el trabajo se acumulaba. Pero esa mañana percibí que algo extraño sucedía. El doctor Curphey había telefoneado temprano a la oficina para dejarme un mensaje. La nota que había sobre mi escritorio rezaba: "El doctor Curphey quiere que el doctor Noguchi haga la autopsia de Marilyn Monroe". En una situación normal era un trabajo indicado para un médico forense con más experiencia. Y, sin embargo, el doctor Curphey se había molestado en llamar un domingo a primera hora para adjudicarme la tarea. (...)

El cadáver que se hallaba sobre la mesa 1 estaba cubierto por una sábana blanca. Lo destapé lentamente y me detuve. Me costó unos instantes hacerme a la idea de que estaba contemplando el rostro de la verdadera Marilyn Monroe. (...) Sabía que el mundo entero exigiría saber qué había ocurrido con un personaje tan querido. Sintiendo ya esa carga, comencé el examen. No hallé ni una sola marca de aguja, y eso es lo que consigné en el diagrama corporal del informe. Sin embargo, curiosamente, sí encontré señales que podían indicar violencia: también apunté esos hallazgos en el diagrama. En la región lumbar, a la izquierda, Monroe presentaba una ligera equimosis, un hematoma cárdeno resultado de una pequeña hemorragia ocurrida dentro de los tejidos. (...) ¿Pero tenía relación con su muerte o había sido fruto de un percance doméstico como, por ejemplo, el tropiezo con una mesa? En ese momento creí que el traumatismo no tenía conexión alguna con el deceso. Tanto su ubicación, justo por encima de la cadera, como sus reducidas dimensiones me hacían descartar la violencia como causa. Habría resultado más lógico encontrar heridas recientes alrededor del cuello o la cabeza en el caso de que Monroe hubiera sido atacada. No obstante, ese hematoma sigue sin tener hoy una explicación. Y, tratándose de un posible indicio de violencia, no deja de ser curioso que haya pasado desapercibido para la mayoría de los periodistas de investigación que se han interesado más tarde por el tema.

En mi informe expuse las conclusiones de la autopsia. Empezaba así: "Examen externo: el cuerpo sin embalsamar pertenece a una mujer caucásica de treinta y seis años y buena constitución, sana, con cincuenta y tres kilos de peso y un metro sesenta y seis de estatura. El cuero cabelludo está cubierto por una melena de color rubio oxigenado. Ojos azules.[...] Se advierte una leve equimosis entre la cadera izquierda y el lado izquierdo de la región lumbar". A continuación, el informe pasaba a detallar el examen interno de los sistemas cardiovascular, respiratorio, hepático y biliar, sanguíneo y linfático, endocrino, urinario, reproductor y digestivo. Fue la sección que analizaba el sistema digestivo la que más tarde creó la controversia y llevó a decir a los partidarios de la conspiración que "probaba" el asesinato de Monroe, puesto que yo no había detectado ningún rastro del paso de píldoras por el estómago o el intestino delgado. Ningún resto. Ningún cristal refractario, aunque los frascos de píldoras recogidos mostraban que Monroe había ingerido entre cuarenta y cincuenta nembutales y abundantes cápsulas de hidrato de cloral. Por todo ello, los defensores de la teoría del asesinato aducían que alguien le había inyectado a Monroe las drogas que la mataron.

(...) El informe del laboratorio toxicológico aún añadiría más leña al fuego. Llegó a mis manos varias horas después de que finalizara la autopsia y, nada más comenzar a leerlo, disparó mis alarmas. Yo había enviado, junto con el hígado, muestras de sangre para realizar las pruebas de alcohol y barbitúricos. Además, había remitido otros órganos para "un posterior análisis toxicológico", entre ellos el estómago con su contenido y el intestino. De inmediato me percaté de que los técnicos del laboratorio no habían examinado esos órganos: se habían limitado a analizar la sangre y el hígado.

¿A qué se debía esa omisión en lo que hoy constituye el proceder rutinario del departamento? Los datos arrojados por los análisis de la sangre y el hígado, unidos al frasco vacío de Nembutal y al parcialmente vacío (faltaban 40 cápsulas sobre un total de 50) de hidrato de cloral, apuntaban de forma tan contundente hacia el suicidio que el toxicólogo jefe, Raymond J. Abernathy, no había considerado necesario proseguir con el resto de las pruebas. En concreto, el análisis de sangre mostraba 8,0 mg% de hidrato de cloral, y el hígado, 13,0 mg% de pentobarbital (Nembutal), en ambos casos dosis ciertamente mortales.

Aun así, debí haber insistido en que se analizaran todos los órganos, especialmente el contenido del estómago y algunos segmentos del intestino. Pero no actué con diligencia. Siendo un subalterno, consideré inútil cuestionar las decisiones de los jefes en un asunto de procedimiento. Además, las pruebas me habían persuadido, al igual que a los toxicólogos, de que Marilyn Monroe había ingerido una cantidad de fármacos suficiente para provocarse la muerte.

Cuando al cabo de unos días se hicieron públicas las conclusiones del médico forense, los medios saltaron raudos sobre esa omisión. Yo quería rectificar el error, pero ya era demasiado tarde. Unas semanas después le pregunté a Abernathy si había conservado los órganos de Monroe que le había remitido. En caso afirmativo, aún teníamos una oportunidad de analizarlos. Me contrarió escucharle decir: "Lo siento, pero nos deshicimos de todo tras cerrarse el caso". Sabía que los medios denunciarían un encubrimiento. Acerté. Las más variadas teorías acerca de un hipotético asesinato brotaron de inmediato y han persistido hasta hoy.

Los partidarios de la teoría del crimen, trabajando con la hipótesis de que tanto la fallecida como el "diario" en su poder representaban una amenaza para Robert Kennedy, destacaban el hecho de que Kennedy había volado a San Francisco el 3 de agosto de 1962, víspera de la muerte de Marilyn Monroe. (...) Lo que algunos defendían era que Kennedy había volado a Los Ángeles para supervisar el asesinato de Marilyn Monroe. Según se dijo, Robert Slatzer (amigo y confidente de Marilyn) habló con una mujer que vivía en la misma manzana que Monroe y esta declaró que había visto a Kennedy, acompañado por un hombre que llevaba un maletín de médico, entrando en casa de Monroe la tarde del sábado. De acuerdo con el guión de Slatzer, el hombre del maletín le había inyectado a Monroe las drogas que acabaron con su vida.

La "prueba" de una participación directa de Kennedy en el asesinato de Monroe era tan estrambótica que incluso otros adalides de la idea conspirativa la rechazaron. Muchos esgrimían una segunda teoría. Creían que el crimen fue perpetrado por agentes corruptos de la CIA inquietos ante la posibilidad de que Monroe guardara en su diario informaciones suministradas por Kennedy. Algunos datos parecían corroborar la existencia de tal diario. En 1962, Lionel Grandison era un ayudante del forense con funciones administrativas; él fue quien firmó el certificado de defunción de Marilyn Monroe y, según declaró más tarde, llegó a ver el diario en la oficina forense, aunque al día siguiente había desaparecido.

El conocido especialista en pinchazos telefónicos Bernie Spindel aportó otra presunta "prueba" sobre la participación de Kennedy en la muerte de Monroe. La casa de Spindel, que estaba reuniendo datos contra Kennedy por cuenta del líder del sindicato de camioneros Jimmy Hoffa, había sido registrada por la fiscalía de Nueva York. Los partidarios de la teoría del crimen resaltaban que Kennedy era en aquel momento senador por Nueva York y amigo de Frank Hogan, fiscal del distrito. En su opinión, Kennedy estaba detrás de la operación. Las cintas de Spindel, confiscadas durante el registro, nunca fueron devueltas, y este se querelló para recuperar "cintas y otras pruebas relacionadas con la muerte de Marilyn Monroe que refutan con rotundidad la versión oficial sobre las circunstancias de esa muerte".

(...) El 4 de noviembre de 1984 (22 años después de su muerte) tuve ocasión de responder pormenorizadamente a las preguntas que me hicieron los dos ayudantes del fiscal responsables de la investigación oficial sobre la muerte de Marilyn Monroe. (...) Los inspectores estaban interesados en hallar respuestas a tres cuestiones derivadas de mi informe:

1. La autopsia señalaba que el estómago se hallaba "casi totalmente vacío". ¿Cómo podía ocurrir tal cosa cuando Monroe acababa de ingerir una cantidad masiva de píldoras?

2. ¿Por qué no se hallaron comprimidos a medio digerir, polvos o alguna irritación rojiza en las paredes estomacales?

3. Monroe había ingerido una gran cantidad de nembutales amarillos, así que debían aparecer restos de tinte amarillo en las paredes de la garganta, el esófago y el estómago. ¿Por qué no se detectó ninguna coloración amarilla?

La cuarta pregunta se refería al examen externo del cuerpo de Monroe. Se sabía que el doctor Greenson le había puesto a Monroe su inyección habitual la víspera de su muerte, pero en su cuerpo no se había apreciado ninguna marca. ¿Por qué?

Para contestar a la primera pregunta, la concerniente al estómago vacío, inicié mi explicación recurriendo a un hecho cotidiano. Cuando pruebas comida exótica que no "se aviene" contigo, en ocasiones sufres una indigestión, lo cual significa que el estómago rechaza la comida y no permite que pase fácilmente a los intestinos. Sin embargo, cuando ingieres una comida que estás habituado a comer (un filete, por ejemplo), no se produce tal indigestión y la comida pasa fluidamente hasta los intestinos. Lo mismo sucede con las pastillas cuando las toman consumidores habituales de drogas. Marilyn Monroe había abusado de los somníferos y el hidrato de cloral durante años. Su estómago se había acostumbrado a las píldoras, así que las digería y las "volcaba" en el tracto intestinal. (...)

Para responder a la segunda pregunta, sobre la previsible presencia de pastillas a medio digerir, polvos o irritaciones en las paredes estomacales, me remití a mi informe, donde decía que "la mucosa presenta [...]una difusa hemorragia local". En otras palabras, tras las paredes estomacales (la mucosa) había una mínima aunque extendida hemorragia, la irritación rojiza de la que hablaba el doctor Weinberg.

Les comenté a los inspectores que la tercera cuestión (el supuesto de que el tinte amarillo del Nembutal tenía que haber manchado las paredes internas de la garganta y el estómago) solo podía haber sido planteada por un lego en la materia. En mi carrera me he topado en numerosas ocasiones con el Nembutal. Parece tratarse de una de las drogas favoritas de quienes planean suicidarse. Expliqué a los ayudantes del fiscal que si uno coge una pastilla amarilla de Nembutal, se la pasa por los labios para humedecerla y, por último, se frota el dedo en ella, no se mancha con ningún tinte amarillo. El Nembutal viene en una cápsula especial que no destiñe al ser ingerida.

Respecto a la pregunta de por qué no se habían hallado marcas de pinchazos cuando se tenía constancia de que el doctor Greenson sí había inyectado a Monroe, contesté que las señales dejadas por agujas quirúrgicas muy finas como la usada por el doctor Greenson se cerraban al cabo de pocas horas, borrándose así todo vestigio de ellas. Solo pueden detectarse los pinchazos muy recientes. El doctor Greenson había puesto esa última inyección cuarenta y ocho horas antes de la autopsia. Por tanto, era lógico que yo no hallara ninguna marca reciente.




'Cadáveres exquisitos', de Thomas T. Noguchi.
Global Rhythm Press. Precio: 19,50 euros.

05.02.2011

CULTURA,  Gran dama de la carpa


Paulina Schumann: vedette, amazona y Princesa del Circo




A sus 90 años, protagoniza la exposición 'Un siglo de circo' en Santa Mònica 

Hija del mítico Charlie Rivel, unió dos dinastías al casarse con Schumann 
Fue la gran dama del circo europeo y lo revolucionó dándole glamour a la carpa 

Vanessa Graell, Barcelona

Paulina Schumann es la última gran diva del circo. Brilló en los escenarios de medio mundo como acróbata, equilibrista, bailarina, cantante, clown y, sobre todo, como amazona. Era capaz de hacer cualquier cosa, por algo la llamaban la Princesa del Circo. A sus sorprendentes 90 años (el rostro sigue increíblemente terso, bótox de por medio) continúa llevando el circo en el ADN y reivindicando una tradición familiar y artística que poco tiene que ver con la factoría millonaria del Cirque du Soleil.
.
"En los viejos tiempos, los artistas de circo tenían que saber de todo, cualquier cosa. Dominabas todo el cuerpo y los sentidos. En cambio, hoy, los artistas se especializan en un número y no saben hacer más. En el circo de ahora se hace lo mismo que yo hacía 70 años atrás. Entonces muchos me criticaron por impulsar un nuevo circo diciendo que '¡Eso no era circo'", cuenta Paulina, con un curioso acento ¿francés?, ¿inglés?, ¿italiano? "Hablo siete idiomas, pero en todos tengo acento, es algo que viene cuando uno crece en el mundo del circo, rodeado de rusos, alemanes, italianos, suecos, árabes...", reconoce la hija del legendario clown Charlie Rivel (Josep Andreu, en el DNI), que nació en Barcelona casi por casualidad, mientras sus padres hacían temporada en el desaparecido Teatro Novedades. 'Hoy en día, los artistas se especializan en un número y no saben hacer más'
.
La exposición 'Paulina Andreu Rivel Schuman. Un siglo de circo' rinde homenaje en Arts Santa Mònica a esta gran dama que llevó el glamour a las carpas de circo. "Mis toilettes eran las más caras", recuerda con una sonrisa. Pero supo modernizar una tradición centenaria e imprimió una nueva estética al circo de los años 40. Portada de revistas, asistía a las fiestas de la alta sociedad y se codeaba con la realeza europea, aunque su hábitat natural era la carpa de circo.
.
Paulina creció entre caravanas, en carpas ambulantes, de ciudad en ciudad. Con sólo seis añitos debutó en el Empire de París con una imitación de Josephine Baker, vedette que triunfaba en los años 20. Después, su hermano Juanito, de cuatro años, pondría la percusión a su show y, junto a sus hermanos menores, formarían el cuarteto Charlie Rivel's Babys. "La pista es tu casa, tu alma. Los dolores y preocupaciones desaparecen cuando pisas el escenario", asegura la artista.
.
Al casarse con el caballista Albert Schumann, Paulina unió dos dinastías circenses, la Andreu-Rivel, y la escandinava Schumann, especializada en el arte ecuestre. Y al llegar a la familia Schumann aprendió a montar y a crear espectáculos ecuestres. "Mi marido me decía que todos los caballos tienen una cara diferente, pero a mí todos me parecían iguales: o blancos o negros o con manchas. Pero con el tiempo sí llegas a reconocerlos", explica.
.
Aunque al principio fue "¡terrible!" aprender a ser amazona, al final Paulina hacía números tan espectaculares como ponerse cabeza abajo sobre un caballo alzado sobre dos patas. "¡La primera vez estaba muerta de miedo! El caballo se reveló, se puso de pie y empezó a andar. Yo me agarraba fuerte para no caer. El público aplaudía entusiasmado. Durante noches soñé con ese caballo...", recuerda la amazona, que construía números sofisticados en los que el circo se mezclaba con el 'music hall'.
.
La última vez que Paulina pisó un escenario fue en la Navidad de 1998, en el Circo Raluy, donde ofreció una exhibición como amazona de la alta escuela (¡a la edad de 77 años!). Era la primera vez que actuaba sobre un caballo en su ciudad natal. Porque aunque cosechó éxitos a lo largo y ancho del mundo, nunca llegó a mostrar su arte ecuestre en España. A Paulina Schumann el reconocimiento le ha llegado tarde: hace tres años recibió el Premio Nacional de Circo de la Generalitat y el rey Juan Carlos le entregó la Medalla de Oro al Mérito Artístico.

Hasta el 8 de mayo, se podrán ver en la exposición de Arts Santa sus elegantes vestidos de vedette, los carteles que anunciaban sus espectáculos, vídeos en los que aparece con su padre y decenas de fotografías que resucitan la época dorada del circo.
14.02.2011
PERDÃO E FELICIDADE

"O perdão está relacionado a felicidade na velhice", diz especialista

Segundo o geriatra da UnB, Renato Maia ( foto ), o alívio de mágoas antigas pode auxiliar na manutenção da saúde e assegurar o bem-estar físico e mental.
 
Ter uma vida longa e saudável: um desejo possível. Segundo o geriatra Renato Maia "as pessoas têm que ter uma mentalidade de construção de vida". Em um bate-papo com os internautas do site do Globo Repórter, ele deu dicas de como alcançar a longevidade e afirmou: "Quem quer viver muito, quem quer viver bem, tem que viver agora." Confira abaixo alguns trechos dessa entrevista: 

Alimentação 
É um dos principais fatores para a longevidade, mas não é o único. A chamada restrição calórica, que é a diminuição das calorias consumidas durante o dia, pode aumentar o tempo de vida de 30% a 40%. É um componente importante. Mas a vida longa depende de uma boa genética, uma boa alimentação, atividade física e elementos sociais como objetivo de vida, bom humor etc.  Saber perdoar

O perdão está relacionado ao bem-estar e a felicidade na velhice. Não é apenas uma opinião, isso é baseado em pesquisas. A capacidade de perdoar significa um alívio de mágoas antigas que, quando presentes, acabam levando a pessoa a uma vida curta por comprometer sua saúde mental, sua saúde física e seu bem-estar.

Sexualidade 
A sexualidade tem uma relação distinta em relação à longevidade. Existem grupos religiosos indianos que combatem o orgasmo porque acham que o orgasmo é uma perda de energia que atrapalha o tempo de vida. Mas tirando esse aspecto espiritualista, a sexualidade pode aumentar o tempo de vida por causar uma maior satisfação. É uma manifestação de bem-estar, interesse e valorização da vida. Contribui para deixar a pessoa mais alegre e feliz. E quem é mais alegre e feliz, vive mais.

Exercícios físicos
Tanto os exercícios aeróbicos como a musculação são muito úteis. A musculação tem um papel importante na prevenção da osteoporose porque é uma estratégia grande de manter a densidade óssea. Os exercícios aeróbicos são importantes em qualquer fase da vida porque tem impacto na nossa resistência cardiorespiratória. A intensidade deve ser sempre moderada. O importante para os idosos é que façam uma atividade que não cause desgaste, dor e respeite seus limites.


Perda de memória
A perda de memória não é obrigatória. O que ocorre muito à medida que a pessoa envelhece é uma identificação com o processo da memória. A atividade física é bem-vinda porque melhora a função cerebral. Leitura, jogos que exigem raciocínio são úteis também. Tem que ter um estímulo cognitivo, ou seja, procurar exigir de si mesmo tudo o que for possível. Isso significa fazer cálculos de cabeça, submeter-se a novas tarefas que exijam mais da função cognitiva. Em suma, tudo aquilo que possa beneficiar o cérebro. Uma coisa importante é evitar medicamentos que possam comprometer a função cerebral, que são tranquilizantes e medicamentos para dormir. Consumidos a longo prazo, podem ser muito prejudiciais. 


Aposentadoria 
A aposentadoria tem duas características: é um período de oportunidade de a pessoa criar um novo período de vida em que ela possa, na maturidade, fazer coisas que gosta, sem ter que se preocupar tanto quanto o jovem. É um período de risco também porque muitas pessoas não conseguem, especialmente os homens, deixar uma carreira profissional que lhe dava renda, prestígio, amigos. Ele acaba ficando em casa criando um ambiente terrível incomodando a todos e a si mesmo. A aposentadoria é uma conquista social, mas se a pessoa não se preparar, pode ser um risco para a saúde.

13.02.2011
 
URUGUAY

Florista de joven, guerrillero de adulto y presidente en la vejez 


Florista en su juventud, guerrillero en la edad adulta y presidente en la vejez, el nuevo presidente de Uruguay, José Mujica, es un hombre del pueblo, que vive en una granja, conduce un coche desvencijado, rehuye la corbata y en política es tan carismático como controvertido. A los 74 años de edad, y tras jurar hoy el cargo, Mujica encara un nuevo reto en una vida que no ha sido tranquila.

Nacido el 20 de mayo de 1935 en Montevideo del matrimonio formado por Demetrio Mujica, de origen vasco, y Lucy Cordano, de ascendencia italiana, el nuevo gobernante quedó huérfano de padre muy pronto, por lo que tuvo que ayudar a su madre a cultivar flores y hortalizas. Una tarea a la que todavía se dedica en su granja de las afueras de Montevideo, donde vive con su esposa, Lucía Topolansky, senadora y ex compañera de lucha guerrillera, y con su perra coja "Manuela".

La finca es desde hoy la nueva residencia oficial uruguaya, para lo cual los trabajadores de un taller que habitualmente hacen arreglos en la casa han acondicionado un espacio para albergar a la guardia presidencial, por orden de Topolansky. Cada día, "El Pepe", como se conoce al presidente, entrega a sus guardaespaldas una lista de las personas que pueden entrar y salir, básicamente los vecinos con los que comparte tardes de mate y trabajos agrícolas.

Influenciado por las historias del exilio republicano español, Mujica fue anarquista en su juventud. No llegó a terminar los estudios preparatorios de Derecho y se dedicó a vender flores en el mercado del Rincón del Cerro, el barrio obrero donde nació y donde se encuentra su granja.

Origen conservador
Aunque comenzó su vida política en el conservador Partido Nacional, este autodidacta radicalizó su postura al ingresar en el Movimiento de Liberación Nacional-Tupamaros, una guerrilla urbana que cometió asaltos, asesinatos y secuestros antes y durante la dictadura militar uruguaya (1973-1985). Sus actividades con ese grupo, que según algunas versiones incluyeron el homicidio, le costaron varios períodos de cárcel.

El primero fue en 1964, cuando fue detenido durante un asalto a una empresa con otros compañeros de causa política. Se identificó como un delincuente común para no delatar a los suyos y estuvo ocho meses en la sombra.

En 1970 fue delatado en un lugar público y durante su detención sufrió varios disparos de bala. Lo llevaron a la cárcel de Punta Carretas, hoy convertida en un centro comercial. De allí escapó al año siguiente en una fuga de película por un túnel junto con un centenar de presos, casi todos guerrilleros. En 1972, tras otro breve encarcelamiento y otra huida, comienza su experiencia carcelaria más dura y prolongada, porque coincide con los años de dictadura y él y sus compañeros son torturados.

Una murga de Carnaval que Mujica vio en vivo y en directo hace dos semanas bromeaba este año sobre la supuesta afición del gobernante a hablar con las hormigas, heredada de aquellos años en los que permaneció largo tiempo metido en un pozo y sufrió un grave deterioro de su salud.

En 1985, con el restablecimiento de la democracia, vuelve a ver la luz gracias a la amnistía para los guerrilleros y sorprende a todos con un mensaje conciliador. El periodista uruguayo Sergio Israel, autor de la última biografía publicada del gobernante, justifica ese viraje hacia la vida democrática por la "situación tan extrema" que padeció tras las rejas y que "lo llevó a filosofar un poco sobre su vida".

Carácter conciliador
Funda el Movimiento de Participación Popular en 1989, un partido que se suma al bloque izquierdista Frente Amplio y que le permite llegar a ser diputado, senador y ministro de Agricultura de su predecesor en la Presidencia uruguaya, el socialista Tabaré Vázquez.

En opinión del politólogo Adolfo Garcé, el Mujica político es "controvertido, llamativo y chocante", y no dista mucho "de la expresión más antigua de la política uruguaya: el caudillismo". Pero, sobre todo, agrega, es "un hombre muy comprometido con el servicio público, con la causa de los humildes, inteligente, honesto, bienintencionado, de pensamiento veloz y diálogo ágil". "Ha aprendido mucho de sus propios errores y desconfía mucho del mundo académico", apuntilla.

Algunos coleccionistas de coches matarían por tener el pequeño Volkswagen que todavía conduce. En sus años de diputado era frecuente verlo llegar al Palacio Legislativo a bordo de una pequeña motocicleta, en ocasiones con su mujer de acompañante.
13.02.2011