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O poder da concentração


Meditação aumenta a tolerância à dor e reduz efeitos do envelhecimento, diz estudo


Por Filipe de Paiva 


A técnica veio do oriente mas, por aqui como ao redor do mundo, o número de adeptos só cresce. A meditação é usada para lidar com o estresse e aliviar dores, ora para promover o relaxamento ou controlar a pressão arterial. As razões são muitas e a elas, uma pesquisa na Montreal University, no Canadá, acaba de associar mais dois bons motivos que podem fazer muito mais gente aderir ao comportamento zen: meditadores tornam-se menos menos sensíveis à dor e sofrem menos as consequências do envelhecimento.

Segundo os pesquisadores, a meditação altera fisicamente regiões do cérebro ligadas às sensações de dor e relaxamento. O efeito é progressivo. Meditadores de longo prazo colhem mais frutos, ou seja, ficando cada vez mais resistentes e menos  ansiosos.

A neurociência tem buscado descobrir as mudanças que o cérebro pode sofrer com a prática da meditação, se baseando em um conceito chamado Neuroplasticidade, que é a ideia de que aquilo que prende o foco e a atenção de uma pessoa pode reformar o cérebro de modos significativos.


Uma das pesquisas neste campo, realizada na Emory University, nos EUA, sugere que a prática regular da meditação tem efeitos neuroprotetores e reduz o declínio cognitivo que é resultante do processo natural do envelhecimento. Portanto, a meditação pode ajudar a melhorar funções motoras e até habilidades de aprendizado.

Um cientista da Montreal University, Joshua Grant, fez estudo com a intenção de investigar a percepção de dor e os efeitos analgésicos em potencial causados por estados da mente em meditadores Zen experientes.

A meditação Zen consiste em manter o foco no “aqui e agora prestar atenção na respiração, nos pensamentos, sentimentos e sensações que estão no ar no momento, e analisá julgamentos.

No estudo, meditadores Zen experientes (com mais de mil horas de meditação) e voluntários sem prática, ajustados por sexo e receberam individualmente estímulos termais para gerar dor moderada na panturrilha. Os meditadores experientes precisaram de temperaturas mais altas (49,9°C) para sentir dor e voluntários (48,2°C). Grant e sua equipe concluíram que meditadores Zen são menos propensos à dor e experienciam efeitos analgésicos quando a mente está em estado perceptivo. A tolerância mais alta se deve ao fato de eles terem uma camada mais grossa do córtex cingulado, região do cérebro envolvida no processamento da dor. A atividade cerebral acrescida e sustentada pode ser responsável pelo engrossamento da camada, como se fosse um músculo se tonificando com físicos. Quem diz que o pensamento é o esporte do cérebro sabe exatamente do que está falando.

O envelhecimento causa uma queda natural na grossura do córtex, mas a meditação pode preservar o cérebro e até o restaura se você não tem mais de mil horas de meditação, não se preocupe. O pesquisador psicológico Fadel Zeidan, da University of North Carolina at Charlotte, descobriu que a meditação também traz benefícios a curto prazo. Uma única hora de meditação dividida em três dias (20 minutos por dia) pode, também, produzir efeito analgésico.

O processo fez uso de estimulação elétrica para causar dor antes e depois da meditação. A sensibilidade à dor diminuiu com o treinamento do foco no “aqui e agora”. Relacionando os efeitos da meditação à distração matemática – posteriormente inserida estudo – os cientistas descobriram efeitos analgésicos significantes geados pela meditação e pela distração matemática. Dê ouvidos a quem diz que a mente domina o corpo.

Colaboração – Ieda Estergilda

18.02.2011
Se duplicaron las alergias a la comida en una década

Los alimentos más procesados, una posible causa
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Por Fernando Soriano

Es una enfermedad moderna e incómoda que afecta cada vez a más personas. La detección de alergias a determinados alimentos en pacientes adultos y, sobre todo en los chicos, se duplicó en los últimos diez años. Los datos son a nivel mundial, y si bien no hay cifras oficiales en la Argentina, los médicos coinciden en que también se viene dando ese mismo incremento en los consultorios. “Los últimos estudios internacionales señalan que se duplicaron los casos en la última década. Ese cálculo global es extrapolable. En nuestro servicio tenemos una tasa de consultas en aumento muy importante en los últimos años”, detalla a Clarín Gustavo Marino, jefe de Alergología e Inmunología Clínica del Hospital Universitario Austral.
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A nivel global las alergias alimentarias ya afectan a un 8% de la población, cuando hace una década la prevalencia era del 4%. Además, según la Asociación Americana de Alergias, Asma e Inmunología, Estados Unidos pasó de un registro de 21 mil casos de reacciones alérgicas por ingesta de alimentos en 1998, a 51 mil en 2008. “La tasa de consultas acá es similar a la de un servicio de afuera, así que consideramos la misma prevalencia”, aclara Marino.
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Este incremento local hace que, de a poco, las alergias alimentarias empiecen a ser más consideradas en el país. El gobierno nacional acaba de incorporar al Código Alimentario Argentino la obligación de declarar en los alimentos a la venta las sustancias capaces de producir reacciones adversas en personas susceptibles. La información deberá estar en colores diferentes a continuación de la lista de ingredientes y las empresas tienen 180 días para sumar esos datos en los paquetes.
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Los alimentos que en Argentina causan reacciones alérgicas son muchos: de la soja –el más impactante– a la leche vacuna y al maní, del trigo a los mariscos. ¿Pero cuál es el motivo de que los casos aumenten? Si bien no hay certezas, los médicos tienen algunas hipótesis.

"La industrialización y la manipulación de los alimentos han tenido que ver. Hay un mayor conocimiento del tema. Y también se debe a los cambios en los hábitos de la alimentación, usando alimentos que no estaban en el país y que modifican la conducta del organismo”, entiende Gabriela Marín, jefa de Alergias del Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez.

“No se sabe por qué crecen estas alergias. Una hipótesis es que el alérgico se hace sensible con las cosas con las que toma más contacto. Con la industrialización de alimentos nos dan proteínas en más cantidad en los mismos alimentos, y el cuerpo las reconoce como extrañas”, dice Marino.
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Las manifestaciones más frecuentes en una reacción alérgica alimentaria son de predominio gastrointestinal (cólicos, diarrea, constipación, reflujo) y dermatológico (urticaria y eccema); sin embargo se observa que también es importante el impacto sobre las vías aéreas superiores e inferiores en forma de rinitis y asma. “Un cuadro que no es menor es la anafilaxia , que es la suma de todo eso. El paciente comió, se empieza a brotar, le pican las manos, los pies, sigue con un ahogo, se congestiona, siente dolores crónicos y si no tiene la medicación adecuada puede morir”, ejemplifica Marino.
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A nivel global y local, los chicos siempre resultan los más afectados. “Es más probable en la infancia porque las tripas están permeables”, sintetiza Marín, quien, sin embargo, aclara que hay una buena noticia: en los pacientes menores se puede combatir y vencer: “ Se puede trabajar con los chicos para que paulatinamente vayan incorporando el alimento y generen una tolerancia que, en el caso de los adultos, ya se hace imposible”.
www.clarin.com/
18.02.2011
LIVRO

Procura-se: remédio contra a velhice

Por séculos, a busca pelo elixir da juventude foi especialidade de curandeiros e charlatões - hoje, atrai cientistas de verdade e gigantes da indústria farmacêutica


Em 1923, aos 67 anos e já pai de três filhos, três filhas e da psicanálise, Sigmund Freud decidiu fazer uma vasectomia. A técnica de esterilização havia sido desenvolvida cerca de duas décadas antes - mas, para Freud, esse era apenas um dos atrativos da operação. Como centenas de homens de seu tempo, o austríaco foi atraído pela promessa de que a vasectomia teria, na verdade, poderes rejuvenescedores.

Alguns anos depois, o poeta irlandês William Butler Yeats seguiu caminho semelhante e ficou maravilhado com os resultados. A cirurgia, escreveu, "praticamente fez de mim um novo homem. Não me sinto mais no fim da vida". Yeats morreria cinco anos depois, aos 73.

A onda de vasectomias no século passado foi mais um capítulo da longa e fracassada história da busca pelo elixir da juventude. O implante de testículos de macacos em europeus aflitos foi outro ponto baixo dessa história. Por volta de 1930, a demanda chegou a um nível tão grande que foi preciso construir uma fazenda de macacos para garantir o fornecimento do material "mágico". Episódios como esse deixaram uma marca profunda - por séculos, a procura por formas de combater o envelhecimento foi desdenhada como uma pseudociência. Coisa de charlatões.

Felizmente, essa má fama está, aos poucos, sendo desfeita. Na última década, cientistas de instituições como a Universidade Harvard obtiveram avanços monumentais na pesquisa de substâncias que podem aumentar a longevidade de seres humanos - e, mais do que isso, fazê-lo sem que os últimos anos de vida sejam um tormento marcado por doenças crônicas e internações hospitalares. É o que mostra o jornalista americano David Stipp no recém-lançado The Youth Pill ("A pílula da juventude", sem previsão de lançamento no Brasil).

Descobertas recentes, escreve Stipp, fizeram com que um nicho antes desprezado entrasse na mira de grandes empresas farmacêuticas e investidores. Em 2008, a gigante britânica GlaxoSmithKline comprou o laboratório de biotecnologia americano Sirtris por 720 milhões de dólares. Os cientistas por trás do Sirtris haviam sido responsáveis pela conclusão de que o resveratrol, substância encontrada no vinho tinto, alonga a vida de ratos. A chegada de "pílulas da juventude" às farmácias, antes tida como sonho distante, é hoje viável.

Quando um entrevistador perguntou à atriz francesa Catherine Deneuve como ela havia conseguido passar dos 60 anos com, digamos, tudo em cima, a resposta foi: "Se você quer uma explicação, vá conhecer a minha mãe. Tem 98 anos. É genético". Claro, botox, cirurgias plásticas e outras maneiras de amenizar os efeitos da idade ajudam - mas ela, no fundo, tem razão.

Estudos feitos com pessoas centenárias mostram que há, nesse grupo, de tudo um pouco. Aquele que come bacon no café da manhã todos os dias; outro que nunca se exercitou em 100 anos; a centenária que devorava um pacote de biscoito recheado de uma só vez; aqueles que haviam fumado por décadas. Ou seja, quem nasceu com o DNA certo pode chegar aos 100 mesmo sem ter feito sacrifício algum em seu estilo de vida. Já o resto da humanidade pode até se exercitar, entupir-se de salmão com salada, manter-se intelectualmente ativo: mesmo assim, será muito difícil para os não escolhidos chegar aos 100 anos. Parece cruel, mas, para os cientistas, essa foi uma descoberta revolucionária. Eis, escreve Stipp, o atalho para criar a pílula da juventude: encontrar os genes que fazem a diferença.

http://www.exame.com/
18.02.2011
Ilustração - ANA JUAN
"Saber Envelhecer"

Danielle Dittmers

Com a maior expectativa de vida da população, o novo desafio da atualidade é saber envelhecer, é chegar à velhice com qualidade de vida. A ciência conseguiu ampliar os anos de vida, que são acompanhados de uma melhora significativa de saúde, agora a preocupação da Saúde Pública é ajudar a agregar um modo de vida mais satisfatório aos anos adicionais. Os desafios são manter a independência, uma vida ativa com alegria, a prevenção de doenças e a preservação das capacidades funcionais.

Seguindo essa tendência vemos muitos programas de televisão exibindo matérias sobre como alcançar a longevidade e viver com saúde. É um processo importante que precisa ser pensado e planejado com antecedência. Uma pessoa que se aposente com 60 anos ainda poderá viver bem uns 20, 30 anos, é um tempo considerável, que também requer um projeto de vida.

É necessário que a visão que se tem ainda hoje sobre o envelhecimento mude, pois é um período de vida que se torna cada vez maior. A sociedade consiga investir mais nessa fase por meio de políticas públicas, serviços, pesquisas, áreas de lazer e convivência, criar mais condições pra que a velhice possa acontecer de maneira mais saudável. É fundamental que se consiga incorporá-los em nossa sociedade, fazendo com que participem mais e se sintam úteis.

A sociedade precisa mudar seus conceitos sobre a velhice, a valorização apenas do que é novo, como modelo de beleza, segrega o idoso. Para a indústria farmacêutica e de cosméticos é essencial que as pessoas queiram ficar cada vez mais jovens, utilizar rocedimentos clínicos, fazer plástica. Será que é tão difícil envelhecer? Só o novo é belo?

Essa pressão constante dificulta o movimento de passar por essa fase e de aceitar as perdas e as mudanças no corpo e no rosto e muitas vezes na saúde. A inaceitação dessa fase e de suas conseqüências assim como o sentimento de menos valia leva a muitas pessoas a se sentirem deprimidas. A depressão acomete grande parte dos idosos.

Dessa forma, independente do movimento social, as mudanças precisam ser em primeiro lugar no âmbito individual e familiar. O investimento agora é em si mesmo, em se cuidar, manter a identidade, a esperança, a alegria de viver, fazer as coisas que gosta. Saber lidar com as frustrações, sem se render a elas. Manter a autonomia e a independência frente às tarefas da vida diária, prestar atenção nas notícias, nas novidades em relação ao Brasil e ao mundo. Tentar realizar sonhos antigos, alimentar novos sonhos, conviver com os amigos, com os familiares.

Tanto a família quanto a própria pessoa precisam estar atentas, na existência de dificuldades nessa fase, não hesitar em buscar ajuda, pois ainda há tempo de fazer diferente e mudar, se preciso.


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18.02.2011